Biden diz que al-Assad está vivo e deve ser "responsabilizado"

Presidente dos EUA se pronunciou neste domingo (8.dez) após rebeldes tomarem o poder na Síria

BATANEWS/PODER360


Biden disse que os EUA irão monitorar 'processo de transição' na Síria

O presidente norte-americano, Joe Biden (Partido Democrata), disse neste domingo (8.dez.2024) que os Estados Unidos estão monitorando a queda do presidente Bashar al-Assad na Síria. Ele pediu que o líder sírio “seja responsabilizado”. O governo norte-americano acredita que al-Assad está vivo e teria fugido para Moscou, na Rússia.

Biden atribuiu a queda do governo sírio ao conflito entre o grupo extremista Hamas e Israel. Também falou do enfraquecimento do apoio militar russo devido à guerra com a Ucrânia.

“Pelo primeira vez na história, nem a Rússia, ou o Irã e o [grupo] Hezbollah conseguiram defender o regime na Síria”, declarou. “Agora, vemos novas oportunidades se abrindo para o povo da síria e para toda a região”.

Os Estados Unidos se comprometeram a apoiar os países vizinhos da Síria, como Israel, Líbano, Iraque e Jordânia durante o que definiu como “período de transição”. Biden confirmou que irá conversar com líderes da região nos próximos dias.

As forças norte-americanas na região se atentaram para possíveis movimentos do grupo Estado Islâmico. O presidente confirmou que o exército dos Estados Unidos conduziu ataques aéreos no país na manhã deste domingo, visando integrantes do Estado Islâmico.

Outros líderes mundiais reagiram ao fim do regime de al-Assad Síria. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, ele renunciou e deixou o país depois de manter conversas com “várias partes do conflito armado'.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Likud, direita) , realizou uma visita à fronteira entre Israel e a Síria. A ação foi descrita pelo premiê como “um dia histórico nos anais do Oriente Médio'. Ele ainda pediu o fortalecimento das forças israelenses na região.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (Partido Popular Europeu, centro-direita) , expressou o comprometimento da União Europeia em apoiar um novo governo sírio. Ela chamou o regime de Bashar al-Assad de “ditadura cruel”.

O premiê do Reino Unido, Keir Starmer (Partido Trabalhista, centro-esquerda) , disse em comunicado que está monitorando a situação e “saúda a saída de Assad”.

Em publicação no X (ex-Twitter), o presidente da França, Emmanuel Macron (Renascimento, centro) , elogiou a coragem do povo sírio. Definiu o governo de al-Assad como “estado bárbaro”.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Espanha manifestou apoio a uma solução pacífica e estável para a região.

Olaf Scholz (Partido Social-Democrata, centro-esquerda) , chanceler alemão, pediu a restauração da ordem na Síria. O líder alemão relembrou a importância de proteger as minorias sociais no país.

“Todos os sírios devem viver com dignidade e autodeterminação. É assim que julgaremos o próximo governo sírio”, disse. “Nenhum país é quintal de ninguém. A interferência ilegítima de terceiros deve acabar”.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, expressou preocupação com a possibilidade de radicalização após a queda de al-Assad.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro (Colômbia Humana, esquerda) , sugeriu que a queda do regime na Síria abriria espaço para uma possível aliança com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano). Segundo ele, a mudança de governo poderia abrir espaço para Israel se apossar do território sírio.

“Será que o progressismo latino-americano será capaz de se unir e vencer a OEA e continuar a iluminar o farol da democracia num mundo que apaga as luzes?”, escreveu no X. “Para onde a China se moverá? Será capaz de propor uma economia descarbonizada que se expanda a partir do planejamento que surge do diálogo de civilizações?”

Trump, por sua vez, disse na Truth Social que o líder da Rússia, Vladimir Putin (Rússia Unida, centro), deveria agir para acabar com os conflitos na região e que a China “pode ajudar'.