Defesa de Bolsonaro e de outros réus podem participar de acareações, decide Moraes

Na terça-feira 24, Mauro Cid e Braga Netto vão confrontar versões sobre o plano de ruptura; em seguida, será a vez de Anderson Torres e Freire Gomes

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Interrogatório de Jair Bolsonaro no STF. Foto: Antonio Augusto/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu nesta segunda-feira 23 que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros réus na ação da trama golpista poderão participar da acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil sob Bolsonaro.

“Todas as defesas dos co-réus, na presente ação penal, tem o direito de participar das acareações, inclusive dos réus Jair Messias Bolsonaro e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira', afirmou o ministro no despacho. A defesa do ex-presidente e do ex-ministro tinham protocolado mais cedo pedidos para participar do confronto.

Além da acareação entre o ex-ministro de Bolsonaro e Cid, o Supremo também colocará Torres frente a frente com o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército. As acareações, assim como os interrogatórios, serão conduzidas por Moraes, relator do processo.

Os procedimentos foram solicitados pelas defesas de Anderson Torres e Braga Netto. Para a defesa de Torres, a acareação é importante para se questionar supostas contradições no depoimento inicial de Freire Gomes.

Ainda no processo, as versões de Braga Netto e Cid entraram em confronto depois que, segundo o ex-ajudante de ordens, uma quantia em dinheiro teria sido entregue em uma caixa de vinho.

Como o procedimento será registrado por escrito, as acareações não serão transmitidas. O Supremo também não permitirá que o procedimento seja acompanhado pela imprensa, diferentemente das audiências em que os réus foram interrogados.